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O que você precisa saber sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos

O que você precisa saber sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos

Provavelmente você já deve ter ouvido falar na SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos), certo? Mas, você conhece os sintomas, como é realizado o diagnóstico e se existe tratamento? 

Não se preocupe se não souber todas estas informações! Neste ARTIGO explicaremos cada um desses tópicos. Boa leitura!

Afinal, o que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?

A SOP é considerada um distúrbio hormonal, ou seja, é desencadeada pelo desequilíbrio dos hormônios reprodutivos, que causa a formação de cistos nos ovários, fazendo com que eles aumentem seu tamanho. 

Segundo a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), do ponto de vista clínico, esta síndrome possui uma prevalência estimada de 6% a 10% em mulheres no menacme (período de atividade menstrual da mulher), destacando-se, portanto, como uma das desordens endócrinas mais comuns que acomete o público feminino na idade reprodutiva. 

Causas relacionadas 

A determinação das causas e origens da SOP ainda é desconhecida, tendo em vista que vários fatores podem estar relacionados ao seu desenvolvimento. Porém, os desvios do metabolismo lipídico e glicídico, por exemplo, têm sido cuidadosamente estudados, visto que a síndrome atualmente é vista como uma doença metabólica.

O que muda é que não é mais apenas o sistema reprodutor que fica em evidência quando se trata da condição, mas sim o funcionamento do organismo da mulher como um todo. Mas, para que isso fique mais claro, abaixo separamos algumas informações sobre a relação da Síndrome dos Ovários Policísticos com outras doenças:

  • Geralmente está associada à obesidade (50%) e à resistência insulínica (50% a 90%);
  • Aumenta expressivamente os riscos de doenças como: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, Síndrome Metabólica e Dislipidemia.

Portanto, como falamos, a síndrome não deve ser avaliada e considerada apenas um distúrbio ginecológico. A abordagem diagnóstica deve ser minuciosa e sistemática, já que envolve outros fatores. 

Sintomas

Normalmente, grande parte das mulheres descobre que tem a Síndrome dos Ovários Policísticos entre os 20 e 30 anos de idade, pois é o período em que observam alguma dificuldade para engravidar. Entretanto, a condição acomete mulheres em qualquer idade após a puberdade.

Agora vamos falar sobre os sintomas? 

Antes de citarmos cada um deles é importante saber que nem todas as mulheres que possuem a síndrome apresentarão todos os sintomas descritos abaixo. Além disso, de caso para caso, cada sintoma pode variar de leve a grave. 

Confira os principais sinais associados à síndrome:

  • Ciclo menstrual irregular: algumas mulheres simplesmente param de menstruar e outras podem ter os períodos alterados, ou seja, eles podem ocorrer a cada 21 dias ou com mais frequência;
  • Hirsutismo, que é o crescimento indesejado de pelos com padrão masculino em regiões como rosto, queixo, peito e costas, que afeta cerca de 70% das pacientes com SOP;
  • Acne facial e em outras regiões como peito e parte superior das costas;
  • Ganho de peso ou dificuldade para perder peso;
  • Alterações dermatológicas como: escurecimento da pele, inclusive em regiões como virilha, debaixo dos seios e ao longo dos vincos do pescoço, bem como marcas que parecem pequenos retalhos excessivos de pele nas axilas ou na área do pescoço;
  • Queda de cabelo no couro cabeludo; 
  • Por fim, um dos principais sintomas: dificuldade para engravidar, que se dá devido à ausência de ovulação ou ovulação irregular. 

Impactos na fertilidade

Como você pôde ler, o último sintoma que citamos e também um dos mais conhecidos é a dificuldade para engravidar. Porém, é importante explicar o porquê a SOP é uma das causas mais comuns de infertilidade feminina. 

Então vamos lá!

A cada ciclo menstrual, que ocorre comumente uma vez por mês, acontece o processo chamado ovulação, que é quando os ovários liberam um óvulo no útero, certo? 

O que acontece no corpo da mulher que sofre com esta síndrome é que ela não costuma ovular, ou, quando isso acontece é em uma frequência bem menor. 

Conclusão: os períodos se tornam irregulares ou nem ocorrem, prejudicando assim a fertilidade da mulher.

Como é realizado o diagnóstico?

O primeiro processo para diagnosticar a SOP é o de exclusão, geralmente fundamentado nos sintomas supracitados, ou seja, o médico avaliará minuciosamente o histórico clínico da paciente, realizará o exame físico e o exame pélvico (detecção de sinais de hormônios masculinos extras e verificação se os ovários estão aumentados ou inchados).

Além disso, solicitará a realização de outros testes como: ultrassom pélvico (verificação do endométrio e dos ovários em busca de cistos) e exames de sangue (verificação dos níveis de hormônios androgênicos). 

Tratamentos da SOP

Por se tratar de uma doença com causas ainda desconhecidas, a abordagem terapêutica consiste na redução dos sintomas e sinais que causam impacto à vida da mulher, e à diminuição dos riscos associados às alterações metabólicas e suas consequências a longo prazo.

A orientação básica após o diagnóstico da síndrome é que a mulher faça algumas modificações em seu estilo de vida, começando por uma reeducação alimentar e pela prática regular de exercícios físicos. 

Para as mulheres com obesidade ou sobrepeso, o emagrecimento favorecerá a queda dos androgênios circulantes, o que melhorará o perfil lipídico e reduzirá a resistência periférica à insulina, regularizando a ovulação e diminuindo os riscos de desenvolvimento de outras doenças como aterosclerose e diabetes.

Além dessas mudanças no estilo de vida, para as mulheres que não desejam engravidar, o médico pode prescrever contraceptivos hormonais orais (anticoncepcionais) que tenham uma dosagem mais baixa, com o intuito de controlar os períodos menstruais e diminuir o risco de desenvolvimento do Câncer Endometrial. 

Cuide da sua saúde!

Se você leu este ARTIGO até aqui, provavelmente conheceu um pouco mais sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos e já pode compartilhar com outras mulheres e lembrá-las do quanto é importante colocar a saúde em primeiro lugar.