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5 DICAS para controlar a compulsão alimentar

5 DICAS para controlar a compulsão alimentar

Além de saudável, sentir fome é fundamental, pois é a partir da alimentação que o nosso corpo adquiri a energia que precisa para manter o funcionamento pleno do organismo, porém essa necessidade natural do nosso corpo pode tornar-se desregulada, levando à conhecida “compulsão alimentar”.

Afinal, como a compulsão alimentar pode ser definida?

A compulsão alimentar consiste na prática recorrente de comer excessivamente e de modo descontrolado em um curto espaço de tempo. Geralmente, a quantidade de comida ingerida excede a quantidade que o organismo realmente necessita, fazendo com que sentimentos de culpa ou arrependimento surjam logo após os episódios compulsivos.

É preciso destacar que a compulsão alimentar, muitas vezes, é um sintoma que se manifesta como um comportamento de algumas doenças psiquiátricas, entre elas o TCA (Transtorno da Compulsão Alimentar), entretanto, nem todo episódio de compulsão é considerado um transtorno. Essa distinção é fundamental porque o sintoma que faz parte do TCA possui critérios de diagnóstico bem estabelecidos.

Desta forma, existem momentos ou ocasiões específicas em que há exageros alimentares, até mesmo comportamentos compulsivos em relação à comida, mas que por si só não configuram um quadro clínico. Portanto, ao seguir alguns passos é possível se manter no controle e evitar ou reduzir a compulsão alimentar. Abaixo separamos 5 DICAS simples que podem ser adotadas no dia a dia com esta finalidade. Confira:

Fuja das tentações

Evite comer e também ter em casa os alimentos que mais causam sua compulsão. Evitá-los nos primeiros dias será realmente difícil e provavelmente você lidará com essas compulsões por algum tempo, mas quanto mais você deixa de comer esses alimentos, menos irá desejá-los.

Desacelere

Definitivamente, o estresse é um grande aliado da compulsão alimentar, pois comer é a forma que muitas pessoas encontram para aliviar a tristeza, esquecer os problemas por um momento e relaxar. Por isso, aprender a lidar com essas emoções de forma equilibrada ajuda a evitar que você acumule centenas de calorias. Assim que se deparar com situações estressantes, respire fundo e tente se distrair. Tirar uma soneca também é uma alternativa, já que as compulsões às vezes surgem quando estamos cansados.

Não se torture

De vez em quando, coma o que você tem vontade, mas opte por porções menores ou opções mais saudáveis deste alimento. Você não precisa deixar de comer para sempre o que gosta, mas deve ter ponderação.

Aprenda a se alimentar

Fracione suas refeições, ou seja, coma porções menores ao longo do dia para não sentir tanta fome. Nos lanches rápidos, coma nozes, amêndoas ou castanhas em pouca quantidade, pois moderam o apetite, mudando a química do corpo. Caso goste de café, quando a compulsão bater experimente beber uma xícara em vez de comer um doce. A cafeína pode satisfazer a compulsão, poupando algumas calorias e moderando o apetite.

Beba água

Além de manter seu corpo saudável, beber água também é uma forma de controlar a fome, pois muitas vezes confundimos sede e fome de verdade com vontade de comer a todo instante. Beber bastante água também é uma estratégia para amenizar a sensação de vazio.

Compulsão Alimentar tem tratamento!

Ao perceber algum traço de compulsão alimentar, busque ajuda multidisciplinar, que inclui a orientação de um psicólogo ou psiquiatra e do nutricionista. A compulsão alimentar tem tratamento, que deve ser iniciado o quanto antes, a fim de identificar o que levou à compulsão alimentar e, dessa forma, trabalhar esse aspecto durante as sessões de terapia.

Como citamos, o nutricionista também é um profissional muito importante nessa caminhada, pois orientará o paciente sobre o que comer e quando comer, priorizando uma dieta mais saudável e que controle a compulsão a longo prazo.

E aí, gostou desse conteúdo? Compartilhe com outras pessoas e, caso se identifique com o tema, consulte-se com um especialista!

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Cresce o número de buscas por cirurgias plásticas no Brasil

Cresce o número de buscas por cirurgias plásticas no Brasil

O número de cirurgias plásticas realizadas no Brasil aumentou, é o que revela o último censo bianual da SBCP (Sociedade de Cirurgia Plástica). Somente no ano de 2018, cerca de 1,7 milhão de operações foram realizadas no País, sendo 60% para fins estéticos.

Em comparação ao levantamento realizado em 2016, essa estatística cresceu 25,2%, fazendo com que o Brasil permaneça entre os primeiros países que mais realizam procedimentos cirúrgicos estéticos no mundo, mesmo nesse tempo de pandemia.

Muitas pessoas realizaram ou planejaram sua cirurgia plástica neste período. Não é à toa que as buscas on-line relacionadas à Rinoplastia, por exemplo, aumentaram 4,800% no Brasil.

Um dos principais motivos que contribuíram para esse aumento nas buscas e realização de cirurgias plástica é que, definitivamente, as pessoas estão ficando mais em casa devido ao isolamento social, o que consequentemente proporciona uma recuperação mais cômoda e completa, sem a necessidade de se afastar do seu posto de trabalho.

Cirurgias Faciais em foco

Mas, afinal, por que a preferência tem sido pelas cirurgias plásticas faciais?

Procedimentos faciais costumam causar inchaços e alterações mais aparentes e, nesse período as pessoas têm saído menos e quando saem, normalmente usam máscaras, o que disfarça as lesões até que o rosto esteja com a aparência normal, sem edemas ou manchas.

Porém, nesse artigo gostaríamos de destacar que há outro fator que está contribuindo muito para a decisão de realizar uma cirurgia plástica, principalmente facial: a insatisfação com a própria imagem.

Trabalhar remotamente normalmente exige que as reuniões sejam on-line com a câmera ligada, o que consequentemente faz com que fiquemos mais tempo observando o que desejamos mudar em nosso rosto. Quem aí se identifica?

O conjunto, pressão estética e relação entre beleza e valor, ficou em evidência nesse último ano e percebemos isso inclusive durante as pré-consultas operatórias.

Autoestima

É sempre muito importante lembrar que não há problema nenhum fazer uma intervenção cirúrgica para mudar algum aspecto na sua aparência que incomode, pois melhora a autoestima e consequentemente a saúde mental.

Porém, é preciso internalizar que a autoestima é composta por um conjunto de fatores em que estão inseridos: relações interpessoais, personalidade, estilo de vida, espiritualidade entre tantas outras coisas.

Ainda assim viver na era digital, em que tudo é mostrado nas redes sociais, pode criar alguns conflitos, fazendo com que seja muito difícil não manter parâmetros de comparações irreais.

Principalmente com o surgimento do filtro, muitas inseguranças são reforçadas, nos fazendo estabelecer uma relação indireta sobre nossa imagem e enfraquecendo a visão positiva que temos de nós mesmos.

Por isso, quando a insatisfação com o corpo é exacerbada e começamos a enxergar diversos defeitos na nossa aparência física, que chega a atingir níveis patológicos de obsessão, é um sinal de alerta para o TDC (Transtorno Dismórfico Corporal).

Papel do filtro no agravamento do TDC

No ano de 2018, o Boston Medical Center realizou um estudo que mostra a relação entre os filtros das redes sociais com a dismorfia corporal e alerta sobre “um ciclo de opressão da beleza muito mais grave do que aquele gerado pelas capas de revista e passarelas”.

Além disso, a Academia Americana de Cirurgiões Plásticos em 2017 aplicou uma pesquisa, na qual revela que 55% dos pacientes que realizaram Rinoplastia naquele ano tinham como principal motivação o desejo de sair melhor em fotos.

Contraponto

Diversos usuários das redes sociais têm percebido a problemática que envolve o uso indiscriminado de filtros e o impacto que isso causa à autoestima e saúde emocional. Então, como forma de protesto, diversos movimentos surgiram para conscientizar as pessoas sobre o assunto.

O movimento #filterdrop, criado pela modelo e maquiadora Sasha Pallari, foi um deles e coloca em pauta uma reflexão bastante importante: hoje em dia, você consegue aparecer nas redes sociais sem algum filtro?

Uma pesquisa realizada pela ONG Britânica Girlguiding revelou que 71% das jovens entrevistadas, entre 11 a 21 anos, na maioria das vezes, publicam suas fotos somente com filtro.

Como citamos, a moda dos filtros está intimamente ligada à insatisfação com a própria imagem e, por consequência, ao crescimento do TDC, principalmente entre jovens e adolescentes mulheres.

Equilíbrio é tudo!

Todos esses dados e reflexões não devem ser encarados como uma maneira de fomentar a sua desistência de realizar alguma cirurgia ou procedimento estético que tanto deseja, ou até mesmo parar definitivamente de usar filtros nas redes, e sim como um incentivo de sempre buscar equilíbrio e discernimento sobre o que é real e sobre a forma como o conteúdo veiculado pelas redes sociais afeta quem o consome.

O que não falta é conteúdo educativo e saudável na internet, portanto, é imprescindível saber avaliar aquele que é construído somente com recursos e distorções que não são possíveis e podem gerar expectativas muito perigosas e irreais, daqueles que realmente trazem verdade e agregam.

Lembre-se que você ainda pode se inspirar nas suas selfies ou em alguns filtros, mas é preciso ponderar e ter expectativas plausíveis e realizáveis quando buscar trazer isso para a realidade.

Como sempre destacamos: toda intervenção cirúrgica deve ser muito bem planejada e, independente da motivação, deve ser feita com segurança, porque antes da aparência vem a SAÚDE!

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Primeira menstruação: saiba como preparar sua filha para esse momento

Primeira menstruação: saiba como preparar sua filha para esse momento

A primeira menstruação da mulher recebe o nome de menarca e normalmente acontece entre os nove e 18 anos de idade. No Brasil, pesquisas revelaram que a maioria das meninas passa pela menarca durante os 12 ou 13 anos e que a tendência é que a puberdade aconteça cada vez mais cedo.

Aos 15 anos a maioria das meninas já terá tido a sua primeira menstruação, por isso esta é a idade é considerada “limite” para o surgimento da menarca. 

O que acontece com o corpo feminino?

Para entendermos melhor, a primeira menstruação é um dos vários sinais que denunciam o início da puberdade, mas anos (dois, aproximadamente) antes da menarca, o corpo feminino começa a passar por transformações provocadas pelo início da produção de hormônios sexuais pelos ovários. 

O primeiro sinal é o estirão puberal só que ainda tímido, ou seja, aquele crescimento acelerado, bem como a telarca, que é o surgimento do broto mamário e o aparecimento dos primeiros pelos pubianos. 

Entre seis a 12 meses antes da menstruação, a produção de estrogênio pelos ovários costuma acontecer, desencadeando alterações na mucosa vaginal, que por sua vez está relacionado ao corrimento vaginal fisiológico benigno, caracterizado como fino, coloração esbranquiçada, sem odor e que não provoca coceira ou ardência. 

Aos seis meses antes da primeira menstruação acontece o estirão puberal mais notável, em que a menina pode crescer de oito a dez centímetros por ano. Normalmente, quando a menarca chega, a menina já alcançou praticamente a sua altura final e a velocidade de crescimento cai. 

Prepare a sua filha para esse momento

Agora que você já sabe de todas essas informações deve estar se perguntando: “Como lidar com a menarca da minha filha?”. Abaixo separamos algumas dicas que podem ser úteis e fazer com que esse período seja tranquilo para ambos os lados. 

  1. O primeiro passo, ao perceber que sua filha está próxima da menarca, é prepará-la para esse período por meio de conversas, explicando o que está acontecendo com o corpo dela, que essas mudanças são naturais e ocorrem com todas as mulheres. 
  2. Esta fase da vida deve ser vista como algo positivo e não traumático, ou até mesmo um tabu. Não deixe também que a sua filha descubra por conta própria, por isso converse com ela o quanto antes.
  3. Dependendo da idade, a menarca também é o momento mais oportuno para as primeiras conversas sobre sexo e gravidez. Tente manter um relacionamento aberto com sua filha e se ela fizer perguntas, busque esclarecer todas elas.
  4. Tente explicar as mudanças de forma didática e menos científicas e lembre-se que esse preparo não será feito apenas em uma única conversa, por isso passe essas informações de forma espaçada, gerando mais entendimento e conforto para sua filha. 
  5. Não existe uma data definida para a primeira visita ao ginecologista, mas o ideal é que ela aconteça perto da fase da primeira menstruação. De qualquer forma, é imprescindível também ficar atenta a possíveis problemas ginecológicos que a sua filha possa ter. Se perceber algo diferente ou ela relatar, a consulta deve acontecer mais cedo.

Nunca dispense a ajuda de um profissional!

O papel do ginecologista nesta fase é auxiliar a mãe que ainda tem dificuldade em abordar as questões da puberdade e sexualidade, devido ao constrangimento ou à falta de preparo. Então, assim que notar indícios da puberdade, mesmo antes do início da atividade sexual, leve sua filha ao ginecologista. A combinação de uma relação aberta entre mãe e filha e a orientação de um profissional gera mais confiança e conforto para todos os envolvidos. 

 

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Distúrbios da fala e linguagem impactam no desenvolvimento infantil

Distúrbios da fala e linguagem impactam no desenvolvimento infantil

A comunicação é um fator fundamental para a socialização, através dela que somos capazes de compreender e expressar a linguagem. Quando as crianças apresentam distúrbios da fala ou linguagem pode ocorrer um prejuízo ao seu processo de desenvolvimento comunicacional, impactando a vida social e acadêmica dos pequenos.

Afinal, o que são distúrbios da comunicação?

Antes de falarmos sobre o assunto, é importante entender o que são os distúrbios da comunicação. Tratam-se de doenças infantis caracterizadas pelo atraso ou desenvolvimento atípico envolvendo a audição, fala e/ou linguagem em variados níveis de gravidade.

Na maioria das vezes, tais distúrbios são percebidos pelos pais durante o desenvolvimento da criança. Eles costumam notar maiores dificuldades para conversar, reproduzir sons corretamente ou, até mesmo, falar.

Como identificar problemas comunicacionais em crianças?

Os primeiros anos de vida são determinados para o desenvolvimento da linguagem. A partir da interação com a família e escola, as crianças aprendem a comunicarem-se da maneira adequada.

Para ajudar os pais e educadores a detectar sinais que podem indicar alguma irregularidade e merecem atenção, confira o que é esperado para cada idade durante o processo de desenvolvimento da linguagem em crianças de zero a seis anos:

Zero a 12 meses

  • Mostrar interesse pelas pessoas e objetos;
  • Fazer contato visual;
  • Emitir sons, chorar, agarrar objetos com a mão, reagir a sons e vozes familiares.

12 a 18 meses

  • Responder a comandos verbais sem pistas visuais, como “dar tchau”;
  • Começar dizer as primeiras palavras com significado, como chamar pelos pais;
  • Olhar quando chamada pelo nome;
  • Entender o significado de “não”.

18 a 24 meses

  • Utilizar duas palavras para expressar um pensamento ou vontade;
  • Saber identificar as partes do corpo, como apontar para a região ao ser indagada “cadê a barriga?”;
  • Responder “sim” e “não” e compreender a diferença entre ambos;
  • Brincar com os objetos da forma convencional. Por exemplo, utilizar colher para comer e pente no cabelo.

2 a 3 anos

  • Saber o nome dos objetos do cotidiano;
  • Reconhecer quem são as pessoas próximas (mamãe, papai, vovó, o nome do irmão, etc.);
  • Conseguir diferenciar grande e pequeno, muito e pouco.
  • Utilizar “quem” e “onde” para fazer perguntas.
  • Usar verbos para formar frases simples, como “mamãe está dormindo”;
  • Gostar de “ajudar” os adultos nas atividades domésticas;
  • Entender o que é permitido e proibido;
  • Brincar de faz de conta.

3 a 4 anos

  • Responder a perguntas com “quem”, “onde” e “o que”;
  • Ter noção espacial de “frente” e “trás”;
  • Conhecer as cores e formas geométricas;
  • Utilizar frases de 3 a 4 palavras;
  • Compreender e obedecer a ordens seguidas;
  • Gostar de cantar e brincar com palavras e sons;
  • Brincar com outras crianças e saber esperar a sua vez no jogo;
  • Perguntar muito;
  • Início do uso de discurso direto e indireto.

4 a 5 anos

  • Falar todos os sons da língua, mas ainda pode ter dificuldades nos encontros consonantais;
  • Ser capaz de manter uma conversa;
  • Conseguir lembrar situações passadas e contar histórias simples, como o que fez na escola;
  • Gostar de brincar em grupo e imitar personagens;
  • Ser curioso e ansioso para mostrar o que aprendeu e o que sabe fazer;
  • Conseguir contar histórias.

5 a 6 anos

  • Ter noção temporal, como amanhã, ontem, dias da semana, etc.;
  • Identificar letras do próprio nome.
  • Conhecer os números;
  • Manter uma conversa;
  • Pronunciar as palavras corretamente;
  • Gostar de brincar de faz de conta com os amigos;
  • Demonstrar interesse pela leitura e escrita;
  • Contar histórias com mais detalhes.

Vale lembrar que a aquisição natural da linguagem depende de uma série de fatores como, por exemplo, contexto social e familiar, experiências do infante, capacidades cognitivas e funcionais, o que pode afetar este processo.

Também é possível observar que os primeiros anos de vida da criança são fundamentais na formação e desenvolvimento da linguagem de cada qual. Portanto, fique atento às habilidades esperadas de acordo com a respectiva idade da criança para detectar possíveis comportamentos divergentes.

Caso note algo fora do usual, agende uma consulta com um médico especialista, pois o diagnóstico e intervenção precoce dos distúrbios de fala e linguagem são de extrema importância para um desenvolvimento comunicativo apropriado.

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Os prós e contras dos principais métodos contraceptivos

Os prós e contras dos principais métodos contraceptivos

De acordo com a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) a anticoncepção consiste na utilização de métodos para impedir que a relação sexual resulte em gravidez. Esses métodos costumam ser divididos entre reversíveis e irreversíveis. 

Vamos entender mais sobre cada um deles? 

Mas, antes de adentrar este assunto, além de ressaltar a importância dos métodos contraceptivos, é fundamental falarmos um pouco sobre os impactos fisiológicos, psicológicos e sociais de uma gravidez não planejada.

Uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz) revela que aproximadamente 55,4% das brasileiras não planejaram sua gravidez e que em 36% dos casos de gestação não planejada, o bebê pode nascer prematuro, com baixo peso ou até ir a óbito, tendo em vista que 60 a 80% de gravidezes não planejadas acontecem na adolescência. 

E não para por aí! O risco de a mulher desenvolver transtornos psicológicos como ansiedade e depressão é dobrado, assim como as chances de usar substâncias ilícitas, cometer atos de violência ou abandono e, até mesmo, de perder a vida devido às complicações na gestação ou no parto.

Escolha do método ideal

O primeiro passo é decidir que usará um método contraceptivo e o segundo é ir a uma consulta ginecológica para descobrir qual é o mais adequado. Geralmente, a informação levantada pela maioria dos médicos é se a paciente pretende engravidar. Em casos positivos, a pergunta seguinte é se possui uma previsão para isso. 

Nos casos em que a paciente não tem planos de ter um bebê em breve, são recomendados os LARCs (Long-acting Reversible Contraceptives), ou seja, métodos contraceptivos reversíveis de longa duração. 

Esses métodos são efetivos, possuem taxas altas de satisfação e são menos abandonados pelas usuárias, ao contrário das pílulas anticoncepcionais, que têm um índice de falha de 8% ao ano e ainda o fator esquecimento.

A escolha pelo método contraceptivo ideal é bastante subjetiva, mas não torna a orientação de um ginecologista dispensável e sabe por quê? 

Nem sempre o método idealizado pela paciente pode ser utilizado, visto que existem algumas características clínicas que podem contraindicar seu uso. Porém, essas informações também serão levantadas durante a consulta e todos os métodos disponíveis serão apresentados, bem como suas características, riscos e benefícios, modo de uso e, eficiência, que por sua vez está diretamente relacionada ao grau de comprometimento da paciente com a escolha.

Principais Métodos Contraceptivos

Camisinha

Quem nunca ouviu falar, não é mesmo?

A camisinha, que pode ser masculina ou feminina, é considerada bastante segura, já que evita a gravidez, previne DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e, além de tudo isso, é livre de hormônios e pode ser utilizada somente no momento da relação sexual. 

Como nada é perfeito, há também os “contras” desse método. Por exemplo, quando usada incorretamente, a camisinha pode romper ou sair durante a relação sexual, ocasionar irritação ou reação alérgica devido ao látex e, até mesmo, diminuir a sensibilidade durante a relação sexual.

Anticoncepcional

A maioria das mulheres com certeza conhece esse método, não é à toa que ele está no topo da lista dos contraceptivos mais utilizados. Dados da FEBRASGO mostram que 100 milhões de mulheres utilizam pílula anticoncepcional e, que somente no Brasil, ela é usada por 27% das mulheres em idade fértil.

O motivo da sua grande popularidade é que, desde a década de 1960, os AOCs (Anticoncepcionais Orais Combinados) têm sido amplamente estudados em todo o mundo, tanto é que existem diversos estudos publicados, cujo tema central é a rápida evolução deste método contraceptivo.

A contracepção acontece porque a pílula é composta por hormônios que atuam inibindo a ovulação, que no caso é a principal ação para impedir a gravidez. Mas, nem sempre o anticoncepcional é utilizado somente para essa finalidade. Um estudo baseado em dados do governo americano da NSFG (National Survey of Family Growth – Pesquisa Nacional de Crescimento Familiar) revela que após a prevenção da gravidez, os motivos mais comuns pelas quais as mulheres usam a pílula anticoncepcional são:⠀

  • Cólicas ou dores menstruais (31%);
  • Menstruações irregulares ou alterações menstruais (28%);
  • Acne ou outros problemas de pele (14%);
  • Sintomas hormonais não especificados (11%);
  • Endometriose (4%).

Lembra que falamos sobre o fator esquecimento? Pois é! Para as mulheres que não conseguem manter uma constância, definitivamente a pílula anticoncepcional não é a melhor alternativa, visto que exige que a cartela seja seguida à risca para realmente ser eficaz.

Em algumas mulheres os anticoncepcionais desencadeiam alguns efeitos colaterais, entre eles: inchaço, diminuição da libido, sangramento genital irregular, dor de cabeça e, em alguns casos específicos, trombose. Por isso, o ideal é que a ingestão não seja indiscriminada, não consentida e sem acompanhamento médico. 

DIU

O DIU (Dispositivo Intrauterino) atualmente também é um dos métodos contraceptivos mais utilizados pelas mulheres e as duas variações mais populares são: cobre e hormonal.

 O DIU Hormonal, também conhecido como Mirena, é feito de um material macio em um formato de T e libera o hormônio Levornogestrel em doses baixas diretamente no útero por cinco anos. 

Assim como a pílula, a principal indicação desse DIU é para prevenir a gravidez, porém pode ser prescrito pelo ginecologista para tratar pacientes com sangramento uterino anormal e prevenir doenças como hiperplasia e câncer de endométrio, visto que promove o afinamento (atrofia) endometrial e reduz ou cessa o sangramento menstrual.

Os prós é que o DIU Hormonal tem uma eficiência contraceptiva bastante alta (99.8%), é um método reversível, ou seja, quando a mulher o remove pode ter sua fertilidade reestabelecida em pouco tempo, além disso, ele não inibe a ovulação na maioria das pacientes, por isso não altera os níveis endógenos de estrogênio produzido pelos ovários, bem como os níveis de testosterona livre das mulheres, mantendo todas as fundamentais funções desses hormônios no organismo feminino.

Porém, as desvantagens são: o DIU Hormonal pode aumentar o fluxo menstrual, causar cólicas mais intensas e facilitar infecções que acometem o trato genital superior.

Já o DIU de Cobre consiste em uma estrutura metálica, que age como espermicida, impedindo o espermatozoide de chegar ao óvulo. O efeito acontece devido à liberação de íons de cobre que imobilizam o esperma que chega próximo do útero. 

Assim como o DIU Hormonal, o de cobre apresenta grande eficácia contra a gravidez, cerca de 99,6%. Entre outras vantagens estão sua longa duração de 10 anos; permite que a fertilidade seja retomada de forma rápida após sua retirada e pode ser utilizado no período de amamentação. Quanto aos “contras”, para algumas pacientes, o dispositivo aumenta o fluxo menstrual e pode causar cólicas e/ou sangramentos irregulares.

Implante Anticoncepcional

Você já ouviu falar em um tal de “Chip”?

O Implanon, nome dado ao Implante Anticoncepcional, libera uma pequena quantidade do hormônio feminino progestagênio etonogestrel, que promove o efeito anticoncepcional por um período de três anos. 

Trata-se de um pequeno bastão de 4 cm, que é inserido no braço logo abaixo da pele e atua inibindo a ovulação, alterando o movimento das trompas e deixando o muco do colo uterino espessado, o que dificulta a passagem dos espermatozoides. 

Por não possuir estrogênio, o Implanon possui poucas contraindicações, sua colocação é indolor, o risco de rejeição pelo organismo é mínimo e, é considerado uma boa escolha, principalmente para mulheres que não desejam engravidar em breve; que estão no pós-parto, inclusive amamentando; para fumantes, hipertensas, diabéticas e pacientes que não podem usar estrógenos ou que tenham história clínica de trombose.

Injeção

Esse método é muito semelhante à pílula, mas no caso, os hormônios são injetados mensalmente ou trimestralmente. Assim como o anticoncepcional oral, possui efeitos colaterais, mas que muitas vezes não são sentidos por todas as mulheres. Porém, é detentor de algumas vantagens como: praticidade e bom índice de eficácia.

Anel Vaginal

O anel vaginal é um método contraceptivo hormonal combinado, que age suprimindo a maturação folicular e a ovulação. Uma das principais vantagens do anel é a facilidade de uso com apenas uma colocação mensal e, por fazer uma liberação gradual e controlada dos hormônios, evita grandes flutuações diárias nos níveis hormonais, controlando o sangramento anormal, por exemplo. Mas, não é recomendado para mulheres que também não podem consumir a pílula anticoncepcional. 

Métodos Contraceptivos Irreversíveis

Lá no começo do ARTIGO citamos os métodos contraceptivos definitivos ou irreversíveis, ou seja, que impedem permanentemente a mulher de engravidar. O mais conhecido é a Laqueadura, que consiste na ligadura das trompas de Falópio, que por sua vez inibe a fecundação ou a fertilização, impossibilitando a mulher de engravidar.  

Gostou desse ARTIGO?

Agora que você já conhece detalhadamente todos esses métodos contraceptivos, a última orientação é: use contracepção de emergência se necessário (pílula do dia seguinte). Lembrando que esse método não pode ser utilizado com frequência, mas somente em casos pontuais. 

No mais, se esse conteúdo foi útil para você, também pode ser para outras pessoas. Então, compartilhe com mais mulheres e nos ajude a promover a saúde e qualidade de vida, por meio da informação segura e de qualidade!

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Parto normal e cesárea humanizados: saiba como fazemos

Parto normal e cesárea humanizados: saiba como fazemos

Antes de falarmos sobre como fazemos nossos partos humanizados, é importante frisar duas coisas que consideramos fundamentais para um parto, seja normal ou cesárea, ser bem sucedido: bom senso e segurança. Conversar francamente com a gestante sobre seus desejos e expectativas com relação ao tipo de parto que deseja ter, expor os riscos e benefícios dessa escolha, levando-se em conta se a gravidez é de baixo ou alto risco, e, junto com a gestante e seu companheiro, tomar as decisões com bom senso e pensando sempre na segurança da gestante e do bebê, evitando expô-los a riscos desnecessários. 

Outro ponto importante é que frente a situações de risco para a gestante ou para o bebê durante o trabalho de parto ou durante o parto, sempre tomaremos decisões no sentido de preservar a vida e a integridade física de ambos (gestante e bebê).

Como são feitos nossos partos humanizados:

Parto Normal Humanizado

. Acompanhamento do trabalho de parto em salas de parto natural (Delivery Room) pela enfermeira obstetra até o parto pelo obstetra;

. Presença do acompanhante e da doula escolhidos pela gestante;

. Analgesia no momento oportuno ou quando solicitado pela gestante;

. Ambientação apropriada no momento do nascimento: som ambiente (ou silêncio) e pouca luz;

. Clampeamento oportuno do cordão umbilical (bebês que nascem vigorosos);

. Se o papai quiser, ele poderá cortar o cordão do bebê sob a orientação do obstetra;

. Contato pele a pele com a mamãe logo após o nascimento (bebês que nascem vigorosos);

. Amamentação na 1ª hora de vida (bebês que nascem vigorosos);

. Procedimentos e manobras obstétricas serão realizados sempre nos casos onde a vida e a integridade física da gestante e do bebê estiverem em risco, comunicando a gestante sobre a situação e com o seu consentimento.

Parto Cesárea Humanizado

. Presença do acompanhante e da doula escolhidos pela gestante;

. Ambientação apropriada no momento do nascimento: som ambiente (ou silêncio), as luzes dos focos são apagadas (ou afastadas) e o campo cirúrgico é abaixado para que a mamãe possa ver o nascimento do bebê;

. Clampeamento oportuno do cordão umbilical (bebês que nascem vigorosos);

. Se o papai quiser, ele poderá cortar o cordão do bebê sob a orientação do obstetra;

. Contato pele a pele com a mamãe logo após o nascimento (bebês que nascem vigorosos);

. Amamentação na 1ª hora de vida (bebês que nascem vigorosos);

. Respeitamos todas as sete camadas que devem ser cortadas durante a cesárea: pele, gordura, aponeurose, músculo, peritônio parietal, peritônio visceral e útero, cortando delicadamente e cuidado cada camada e suturando com o mesmo esmero, além da atenção com a hemostasia. Isso minimiza a dor do pós-operatório e diminui o tempo de recuperação pós-parto. Quando possível, utilizamo-nos da técnica de cesárea minimamente invasiva (técnica de Misgav-Ladach);

. Usamos cola biológica (Dermabond®), além do ponto intradérmico, para a sutura da pele. Isso ao mesmo tempo que protege a cicatriz, ajuda a prevenir a formação de cicatrizes alargadas e queloides.

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Entendendo o Chip da Beleza

Entendendo o Chip da Beleza

O “Chip da Beleza” está em alta, mas será que você conhece verdadeiramente a sua finalidade? Seria esta a terminologia mais correta a ser utilizada?

Se você se interessa pelo assunto, neste ARTIGO explicaremos qual é a finalidade do “chip da beleza” e por que ele se popularizou com esse nome.

O que tem acontecido por aí é uma sobreposição de duas informações, uma relacionada ao implante e outra ao chip, porém existe uma distinção que devemos abordar aqui. Realmente, existe uma tecnologia em desenvolvimento, disponível nos Estados Unidos, que é denominada como chip e tem a função de anticoncepcional.

No Brasil, erroneamente denominamos o implante de hormônio como “chip da beleza”. De forma clara: o implante é um tubo de silicone e o chip é uma tecnologia americana desenvolvida por uma startup, com a finalidade de se tornar uma das alternativas de contracepção mais utilizadas por mulheres que vivem em países subdesenvolvidos, porque possui uma duração de até 16 anos.

Afinal, o que é o Implante Hormonal e por que é chamado de “Chip da Beleza”?

O implante hormonal passou a ser chamado de chip da beleza por ter um possível efeito estético (de reduzir a gordura corporal, celulite, flacidez e favorecer o ganho de massa magra) e porque inicialmente foi divulgado por modelos, atrizes e influenciadoras com esta terminologia.

Mas, vale lembrar e informar para as mulheres que ainda possuem dúvidas, que o dispositivo é um implante hormonal desenvolvido originalmente para evitar a gravidez e, secundariamente, os desconfortos do ciclo menstrual, pois melhora a disposição e aumenta a libido (devido ao aumento natural da testosterona feminina), interrompe as menstruações, suavizando as cólicas e a TPM.

É possível que algumas mulheres notem melhoras na silhueta, porém tais efeitos benéficos são apenas consequência, ou seja, são considerados uma espécie de efeito colateral do tratamento com o implante hormonal.

Geralmente, a orientação especializada é que os hormônios não sejam utilizados especificamente para fins estéticos, tanto é que o CFM (Conselho Federal de Medicina) declara em nota, que tratamentos do tipo só devem ser feitos por razões médicas e quando o procedimento dispõe de comprovação científica. 

Ainda tem mais um fator complicado relacionado ao método: excetuando o implante de progestagênio, mais conhecido como anticoncepcional, os “chips da beleza” não são padronizados, o que dificulta estudos mais concretos sobre seus benefícios estéticos e possíveis efeitos negativos à saúde.  

Além das críticas

Apesar das críticas relacionadas ao dispositivo, alguns profissionais defendem que o problema não está no produto, mas no seu uso incorreto e indiscriminado, portanto, uma indicação médica criteriosa como alternativa de método contraceptivo, baseada em uma avaliação clínica e na realização de exames, é fundamental.

O Implante Anticoncepcional, propriamente dito, que muitos ginecologistas consideram um bom método contraceptivo, tem um formato de bastão, mede 4 cm e é inserido no braço logo abaixo da pele. Ele libera uma pequena quantidade do hormônio feminino progestagênio etonogestrel, resultando em um efeito anticoncepcional por um período de três anos.

Além de inibir a ovulação, o método também altera o movimento das trompas e deixa o muco do colo uterino espessado, que por sua vez dificulta a passagem dos espermatozoides, impedindo assim a gravidez.

O Implante Anticoncepcional possui poucas contraindicações, principalmente por ser livre de estrogênio, além disso, não dói para colocar, é bem aceito no organismo, sendo um excelente método para mulheres que não desejam engravidar em breve, que estão no pós-parto, inclusive amamentando e para mulheres fumantes, hipertensas, diabéticas ou predisponentes a ter trombose, que não podem usar estrógenos.

O método, como contraceptivo, também se destaca pela praticidade, já que tem um tempo de duração de seis meses a três anos, dependendo do tipo de hormônio; pelo controle, pois a dosagem das substâncias é liberada de forma gradual e constante; e pela segurança, porque não há risco esquecimento, como acontece com as pílulas anticoncepcionais.  

Decisão

Agora que você já conhece as diferenças entre chip e implante hormonal, bem como as controvérsias de utilizar o último para melhorias estéticas e, por outro lado, os diferenciais e benefícios de usá-lo como contraceptivo, o nosso último conselho é que antes de experimentá-lo, busque orientação médica especializada!

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Histeroscopia Cirúrgica: entenda a importância

Histeroscopia Cirúrgica: entenda a importância

Antes de explicarmos sobre a importância da Histeroscopia Cirúrgica, é essencial definirmos também a Histeroscopia Diagnóstica. Vamos lá?

Este exame avalia internamente o útero com a finalidade de auxiliar o diagnóstico de diversas anormalidades intrauterinas como pólipos, miomas, malformações, sinéquias, câncer de endométrio, espessamentos do endométrio, sangramento uterino anormal e pós-menopausa.

Além do diagnóstico de uma série de patologias e distúrbios femininos, a Histeroscopia também trata determinados problemas ginecológicos que, geralmente, necessitam de intervenção cirúrgica. Portanto, estamos falando de dois tipos de Histeroscopia que são: a Diagnóstica e a Cirúrgica.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a Histeroscopia Diagnóstica, leia esse ARTIGO até o final para descobrir o que é a Histeroscopia Cirúrgica, qual é a sua finalidade e importância para a manutenção da saúde feminina e os motivos que levaram os modernos procedimentos histeroscópicos substituírem abordagens terapêuticas mais invasivas.

Histeroscopia Ambulatorial x Cirúrgica

Trata-se de um procedimento ginecológico para o tratamento de patologias benignas intrauterinas, considerado minimamente invasivo e que é associado a um baixo risco de complicações e a uma morbilidade mínima.

A Histeroscopia Cirúrgica também é classificada em dois tipos: a realizada em consultório também chamada de ambulatorial, indicada para procedimentos mais simples, e a Ressectoscopia, recomendada para condições mais complexas que não podem ser tratadas em consultório.

A histeroscopia realizada em consultório surgiu como alternativa complementar à Histeroscopia Diagnóstica e se baseia no conceito “see and treat” (em tradução livre: ver e tratar), utilizando o mesmo material que a Histeroscopia Diagnóstica e outros instrumentos como: pinças, tesouras e ponteiras bipolares para realizar pequenas cirurgias.

De forma mais clara, em um único procedimento pode ser feito o diagnóstico e o tratamento do problema, sem a necessidade de anestesia e dilatação do colo do útero, fora do ambiente hospitalar e com menos riscos de complicações. 

Vale destacar que, com o tempo, os instrumentos histeroscópicos evoluíram bastante e passaram a utilizar equipamentos de vídeo digital, permitindo que o procedimento se tornasse ainda mais eficaz e menos invasivo. A introdução de histeroscópios de menor diâmetro, por exemplo, possibilitou que a histeroscopia se transformasse em uma técnica predominantemente ambulatorial.

Então, em quais casos é realizada a Histeroscopia Cirúrgica?

Diferente da Ambulatorial, para realizar a Ressectoscopia, a paciente normalmente é internada, pois a anestesia (geral ou local) costuma ser necessária. Como citamos, o procedimento é indicado para tratar quadros mais complexos como:

  • Pólipos endometriais múltiplos ou de maiores dimensões não tratáveis em consultório;
  • Miomas uterinos de grandes dimensões ou com componente intramural;
  • Sinéquias uterinas mais espessas;
  • Septos uterinos que possuem maiores dimensões;
  • Restos ovulares e placentares;
  • Hemorragias uterinas (metrorragias) resistentes a outros tratamentos médicos.

O instrumento utilizado neste procedimento é o Ressectoscópio, que se assemelha ao Histeroscópio, porém possui maiores dimensões e maior complexidade. O Ressectoscópio é composto por uma câmara ótica, uma fonte de luz, duas cânulas sobrepostas para a circulação do meio de distensão (líquido) e um canal, que é onde funciona o instrumento cirúrgico (ansa, cilindro ou faca com energia bipolar ou monopolar).

A Histeroscopia é dolorosa?

Muitas pacientes chegam à clínica com uma dúvida em comum: “Dr., o procedimento dói muito?”.

A resposta é: depende!

A Histeroscopia Cirúrgica tem evoluído e se tornado cada vez menos invasiva. Entretanto, a técnica realizada em consultório pode causar certo desconforto na passagem do canal cervical, especialmente se este estiver mais estreito. O momento em que a cavidade uterina é distendida também pode causar um pouco de dor. A Ressectoscopia, por sua vez, não é dolorosa porque é realizada com sedação ou anestesia.

Preparação

Antes de realizar a Histeroscopia Cirúrgica é comum que o médico passe alguns cuidados que devem ser tomados pela paciente, entre os principais:

  • Conforme orientação médica, tomar um comprimido anti-inflamatório uma hora antes do procedimento;
  • Nos casos de espessamento do canal uterino, pode ser necessário colocar um comprimido na vagina, conforme a indicação do ginecologista;
  • Caso a intervenção exija anestesia, a paciente deve ficar em jejum.

Recuperação

Comumente, o pós-operatório da Histeroscopia Cirúrgica é tranquilo. Após acordar da anestesia, a paciente costuma ficar em observação por aproximadamente uma hora, e é liberada quando não sente qualquer tipo de desconforto. Lembrando que, dependendo do quadro e do procedimento, há pacientes que ficam internadas por até 24 horas.

Após a Histeroscopia, muitas pacientes sentem um pouco de dor nos primeiros dias, similar à cólica menstrual. Em alguns casos também ocorre sangramento, que pode se prolongar por três semanas ou até à menstruação seguinte. Na dúvida sobre os sintomas pós-histeroscopia, converse com o médico! Entender o procedimento é essencial para garantir sua tranquilidade e bem-estar.

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Check-Up Ginecológico: sua saúde vale muito!

Check-Up Ginecológico: sua saúde vale muito!

Quem nunca ouviu por aí o ditado: “prevenir é melhor do que remediar”?

De fato, a melhor forma de evitar o desenvolvimento de qualquer doença ou detectá-la precocemente é por meio da prevenção. Em relação à saúde íntima feminina não seria diferente e é aí que entra a importância do Check-Up Ginecológico.

Mas, antes de falarmos sobre isso, é fundamental esclarecer a função da ginecologia na vida de qualquer mulher.

Muitas pessoas ainda acreditam que ir ao ginecologista só é importante porque o médico passa algumas orientações sobre os cuidados com a saúde sexual. De certa forma é verdade, porém consultar-se com este especialista vai muito além, pois são nestas oportunidades que diversas condições e doenças que acometem as mulheres, como o câncer de colo de útero e o câncer de mama, são diagnosticadas e tratadas.

Uma pesquisa da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) em parceria com a Datafolha revela que aproximadamente 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra, 4 milhões nunca procuraram atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano.

Por que fazer um Check-Up Ginecológico?

Depois de conhecer essas estimativas é preciso destacar novamente que a prevenção é o melhor caminho para manter a saúde em dia, afinal, há diversas patologias ginecológicas assintomáticas, ou seja, que não se manifestam por meio de sintomas como dor ou corrimento, por exemplo.

Geralmente, estas doenças são diagnosticadas quando a mulher realiza uma avaliação completa da sua saúde íntima, pois permite que o médico descubra qualquer problema precocemente, o que também aumenta as chances de cura e amplia as opções de tratamento.

O check-up é para todas as mulheres

O check-up ginecológico deve ser realizado anualmente, independente da sua faixa etária.

Para as mulheres mais jovens, mesmo aquelas que ainda não têm uma vida sexual ativa, o check-up ginecológico é fundamental para avaliar possíveis alterações no ciclo menstrual, níveis de cólicas e da TPM, assim como é a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o funcionamento e as mudanças que acontecem no seu próprio corpo em cada fase da vida e a respeito da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Já para as mulheres com vida sexual ativa, que utilizam algum método contraceptivo como pílulas ou DIU (Dispositivo Intrauterino) ou que passaram ou estão passando pela menopausa, as consultas ginecológicas regulares têm a função de controlar medicações e possíveis sintomas de alguma condição que precisa ser assistida e tratada.

Conheça os principais exames

Durante a consulta, é muito importante pedir que o médico explique os procedimentos que serão feitos e que você dê o consentimento para a realização deles. Portanto, para você entender um pouco mais sobre os exames ginecológicos normalmente inseridos nos check-ups anuais, separamos abaixo os principais e as suas respectivas finalidades:

Papanicolau

Com certeza, o Papanicolau é um dos exames ginecológicos mais conhecidos. É realizado por meio da coleta de um raspado de células do colo do útero, cuja análise em laboratório possibilita diagnosticar doenças como o câncer de colo uterino, HPV (Papilomavírus Humano) e DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).  

Exames de Sangue

Utilizados em diversos tipos de check-ups, inclusive na prevenção da saúde feminina, estes exames têm a função de verificar se os componentes do sangue estão nos níveis normais e analisar alterações hormonais. O T4 livre e o TSH, por exemplo, apontam alterações nos hormônios na tireoide, que influenciam expressivamente o funcionamento do organismo feminino.

Mamografia e Ultrassom das Mamas

A mamografia é direcionada para mulheres a partir dos 40 anos e permite a detecção precoce do câncer de mama. Já a ultrassonografia das mamas é indicada para mulheres entre 16 e 39 anos, normalmente quando há algum sintoma suspeito no exame clínico anual. O exame clínico, feito pelo médico no consultório, costuma detectar apenas nódulos que já atingiram ao menos um centímetro.

Ultrassonografia Pélvica e Transvaginal

Este exame de imagem, que avalia os ovários, o endométrio e a parede uterina, é solicitado pelo ginecologista quando há alguma alteração notada durante o exame físico realizado no consultório ou quando há a necessidade de investigar detalhadamente condições como disfunções hormonais e irregularidades no ciclo menstrual.

Agora que você já sabe da importância da prevenção e conhece um pouco a finalidade de cada exame, não deixe para depois o seu check-up ginecológico. Cuidar da sua saúde é uma das maiores demonstrações de autoamor!

Referências

Saiba como deve ser uma consulta ginecológica segura

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/843-saiba-como-deve-ser-uma-consulta-ginecologica-segura

Exames preventivos, menos mitos e mais segurança

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/197-exames-preventivos-menos-mitos-e-mais-seguranca

5,6 milhões de brasileiras não vão ao ginecologista

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-02/pesquisa-56-milhoes-de-brasileiras-nao-vao-ao-ginecologista

Conheça a importância do check up ginecológico

https://www.dicasdemulher.com.br/conheca-a-importancia-do-check-up-ginecologico/